Morre o último dos poetas: Chorão

Oi gente, quanto tempo! Eu sei, desculpem a falta de posts no blog principal, mas os livros estão tomando-me quase todo o tempo. (:

Bom, eu não postei mais por falta de tempo e porque tinha perdido um pouco a vontade de escrever. Mas ontem, ontem eu acho que recuperei a voz que tinha perdido.

Chorão era um de meus ídolos de infância, daqueles que sua mãe gosta, seus amigos gostam e seu vizinho ouve alto no rádio. Pode parecer clichê, mas é verdade, admita.

Chorão era um poeta nato, era um cara que sabia viver mesmo que não soubesse como. E eu o admirava por isso. E ainda admiro. Ele sabia das coisas, pelas dificuldades, pelos problemas da vida, que o ensinaram a ser sábio dela.

Sempre gostei de CBJR e sempre ouvi, acho que todos um dia já ouviram a antiga abertura de Malhação (com ‘Te Levar’), na vida. (Então, por favor, me poupem do poser aqui! Até porque, acho que para um cara como ele, não existe poser ou coisa parecida.)

Bom, eu não tenho muito o que dizer, só que em mim o choque e a dor foram enormes, tanto é que não acreditei até ver fotos do que aconteceu. Pra mim aquele maluco de roupas largas e riso fácil ainda está por ai, fazendo todo mundo dançar no gingue de suas letras, seu ritmo, sua música, mesmo que lá no fundo das lembranças.

Nunca o país teve um ídolo tão amado por todos assim, nunca mais, digo. Desde os anos 80 que o rock não via um cara que arrastasse multidão como ele fazia. E agora, seu buraco ficou aberto pelos próximos… Quanto tempo mesmo? Não sabemos! Não se faz mas música como antes.

Dizem que os bons vão cedo e eles vão porque a Morte gosta de boa música. É verdade. Ela tanto gosta quanto é egoísta.

E que os ídolos não morrem, viram lenda. É, mas Chorão já era uma lenda. Então rimei um trecho que na minha cabeça não saiu tão ridículo como vai sair agora, mas vai valer.

‘’Irmão, o mundo sem ti, perdeu a razão. Te levo com carinho, com amor no coração. A tua poesia em mim faz moradia, como os versos falhos, que em mim se eternizam. Podem se passar mil anos, mas ainda vou lembrar dos meus sonhos. Podem separar muitos destinos, mas sei que no final, é só um caminho.’’

Porque eu nunca vi uma banda de rock brasileira fazer o que Charlie Brown fazia. Com o público?  Fiel e cativo que ele tinha? Não. Eu fui, e digo com toda a felicidade, que tive a honra de ir num show dele, o primeiro e último e sei do que estou falando. Só os loucos sabem, Choris. (:

A tua música ainda me arrepia, agora ainda mais e ela jamais termina.

Vamos lembrar dele como esse cara que ele era, irreverente no jeito de ser e falar, riso solto, personalidade forte, romântico e alegre. Ou só um louco mesmo.

Um dia vou no teu park, na tua cidade e de lá vou imaginar teu ‘carrinho’ pelas ruas. O teu sonho conosco continua! Agora o céu azul é todo teu, irmão!

''Quando eu for embora, e um
amigo te dizer que o Chorão morreu,
Você diz: Chorão não morreu , só
deu uma pausa na terra pra levar
... um pouco mais de alegria pro céu..''

Já ouviu o último single do Chorão lançado na web? Não? Ouça!

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